terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cinema

"Zé Colmeia - O Filme" é para assistir com as crianças

por Thais Kuzman - 25 de janeiro de 2011
Zé Colmeia e o centrado ursinho CatatauZé Colmeia e o centrado ursinho Catatau
Para quem cresceu vendo as saídas estratégicas do Leão da Montanha, a cantoria de Dom Pixote ou os planos infalíveis de Pepe Legal, parece quase irresistível assistir a um filme protagonizado por alguém da extensa turma criada por Joseph Barbera e William Hanna, como o urso Zé Colmeia e de seu fiel escudeiro, Catatau. Passada a nostalgia, entretanto, o longa que leva o nome do ursão viciado em cestas de piquenique pouco tem para agradar aos adultos. LEIA MAIS: “Enrolados” atualiza conto de Rapunzel
Na tranqüilidade do Parque Jellystone, a dupla de protagonistas articula maneiras de roubar as guloseimas dos visitantes e de despistar o guarda Smith (Tom Cavanagh). A calma é abalada quando o inescrupuloso prefeito e seu assessor decidem desmatar o local na ânsia de conseguir dinheiro para alimentar uma campanha política.
Convencido de sua própria inteligência, Zé Colmeia quer ajudar Smith a preservar a área verde. Só que as técnicas do urso espertalhão, como dancinhas engraçadas e um show de esqui aquático, se mostram um fracasso e impulsionam o fechamento do parque. Derrotados, eles precisam da força de Catatau e de Rachel (Anna Farris), uma documentarista da natureza, para combater os políticos corruptos.
É de se espantar que com o avanço do gênero “infantil”, que recentemente trouxe os emocionantes e engraçados “UP – Altas Aventuras” e “Meu Malvado Favorito”, os estúdios ainda invistam em uma trama tão ingênua e previsível. A superficialidade da história fica evidente tanto nas escolhas óbvias do roteiro, quanto na construção caricata dos personagens. Há momentos de diversão, no entanto, muitos deles mais calcados no carisma dos ursinhos feitos por computador do que pelas piadas propostas pelos diálogos.
Outro ponto a se destacar é a naturalidade com que os protagonistas digitais passeiam e interagem com os atores de carne e osso sem causar nenhum estranhamento. A técnica, a mesma do fofo “Alvim e os Esquilos”, não parece ter avançado, mas também não deixa nada a desejar.
“Zé Colmeia – O Filme” espertamente tem 80 minutos de duração, tempo suficiente para não cansar os pequenos, os mais satisfeitos com a aventura. As crianças, aliás, são fator importante para um adulto curtir o longa: o que está na tela não agrada tanto, mas as gargalhadas delas são irresistíveis.

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