domingo, 15 de maio de 2011

UAKTI


UAKTI EM ROMA

O nosso conhecido grupo UAKTI, de Minas Gerais esteve recentemente fazendo uma apresentação na Embaixada do Brasil em Roma.

O grupo UAKTI em todas as suas apresentações fora do Brasil, tem sido o grande emissário da paz entre as nações do mundo.

Sua música, de inspiração indígena, atravessa as fronteiras levando uma mensagem de harmonia e integração planetária pelos diversos países por onde passa.

Assisti em 2001 no Guggenhein de Nova York a uma apresentação e workshop do grupo. Foi uma época conturbada na cidade de Nova York com a explosão das Torres Gêmeas. Havia um contraste entre a paz e a guerra. Diante de uma platéia ainda traumatizada com a queda das duas Torres, eles acenavam com uma proposta de paz e harmonia.

Agora, novamente estarão apresentando numa Europa conturbada pelo clima de guerra, as vibrações sonoras com propostas de paz entre os homens.

Brasileiro não quer a guerra, é a favor da paz. Nos sons sem palavras eles nos tocam o coração, emitindo vibrações da terra na percussão e do espaço na flauta. A flauta nos lembra a lenda do UAKTI, um índio brasileiro que encantava as mulheres da tribo. De acordo com o depoimento de Artur Andrés, UAKTI era um índio grande, que tinha o corpo aberto em buracos. Quando ele corria pela floresta o vento, passando pelos buracos do seu corpo, produzia sons lúgubres, soturnos que atraíam as mulheres da tribo. UAKTI as seduzia. Os índios da tribo, enciumados, caçaram e mataram UAKTI. No local onde ele foi enterrado, nasceram 3 palmeiras. Os índios passaram a utilizar a madeira dessas palmeiras para tecerem flautas que, segundo eles, quando tocadas, reproduziam os sons do UAKTI correndo pela floresta. Nos rituais indígenas, as mulheres tinham que ser retiradas para bem longe, pois se ouvissem esses sons, poderiam se tornar impuras.

Assim também na Índia, Krishna, o deus da música, encantava as gopis (camponesas) com sua flauta.

Os mitos levam semelhanças e significados formais. Atravessam tempo e espaço para lembrar ao ser humano a sua origem cósmica. O índio UAKTI no Brasil, mergulhado nas florestas, lembra o deus Krishna na Índia, encantando as camponesas. Transmutar energias é o significado de ambos. Comover os corações, reverter a violência é o que todos nós sentimos.

A música deste grupo de Minas Gerais é uma música que nos conduz a um espaço interno dentro de nós, onde não existe tumulto, violência ou divisões. Na multiplicidade de instrumentos feitos com a maior variedade de materiais, tubos de PVC, cabaças, tablas, tambores, tampas de panelas, etc, Marco Antônio Guimarães, idealizador do Grupo, criou inúmeras composições. Marco Antônio tirou música até das tempestades, e os sons que ele ouviu da água batendo no chão e escorrendo do telhado, motivaram a criação do CD Águas da Amazônia, que o Grupo mostrou no Guggenhein de Nova York em 2001. Atualmente os demais componentes do Grupo, Artur Andrés, Décio Ramos e Paulo Santos têm dado continuidade ao UAKTI, não somente nas apresentações, como também acrescentando novas composições.

Recentemente, numa apresentação no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, foi introduzido um gigantesco instrumento de sopro semelhante aos instrumentos dos monjes budistas, cujo som lembra o timbre grave e soturno do índio UAKTI.

A música tem esta possibilidade de unir as pessoas e a estes emissários da Unidade Planetária os nossos votos de maior sucesso.



*Fotos de Regina Amaral, Sylvio Coutinho e Jefferson Oliveira




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