terça-feira, 24 de maio de 2011

SOBRE A PERSEVERANÇA - Montaigne



O filósofo francês Michel de Montaigne nasceu em 1533, no castelo de seu pai; aí morre, em 1592, durante uma missa rezada em sua presença na capela de seu castelo. Montaigne escreveu Ensaios, obra que ainda não perdeu a oportunidade de sua mensagem, e que ainda persistem o sabor e a originalidade de seu estilo, como diz Sérgio Milliet, que a traduziu e prefaciou para a sua publicação pela Editora Globo, em 1961. A brilhante apresentação da obra, que é composta de três volumes, é feita pelo francês Pierre Moreau.


Da obra Ensaios, de Michel de Montaigne, Livro I, Capítulo XII, com o título Da perseverança, págs. 129-131, transcrevo o trecho que segue:


A lei da resolução e da perseverança – diz Montaigne – não implica em que não devamos nos precaver na medida de nossas forças, contra os males e inconvenientes que nos podem ameaçar, nem deixar de recear que nos surpreendam. Muito pelo contrário, todo o meio honesto de evitar um mal é não somente lícito mas também louvável. A perseverança consiste em suportar com resignação os incomodos para os quais não temos remédio. Por isso não há movimento de agilidade corporal ou manejo de armas que devamos achar ruim desde que sirvam para defender-nos dos golpes que nos assestam.


(...) Os estóicos – prossegue Montaigne - não afirmam que a alma do sábio possa resistir desde logo às sensações e visões que o surpreendam. Admitem como natural impressionar-se, por exemplo, com o estrondo provindo do céu ou de uma ruína; admitem que podem empalidecer, contrair-se como sob a influencia de uma paixão qualquer, mas que ele deve conservar intata sua lucidez, sem que se lhe altere a razão, de maneira a não ceder ante o terror e o sofrimento. Quem não é sábio conduz-se do mesmo modo quanto à primeira parte, mas muito diversamente quanto à segunda: a impressão da emoção não será nele apenas superficial; penetrará até a sede da razão, infetando-a e a corrompendo. E será com essa faculdade assim viciada que julgará e se conduzira.


O filósofo francês Michel de Montaigne nasceu em 1533, no castelo de seu pai; aí morre, em 1592, durante uma missa rezada em sua presença na capela de seu castelo. Montaigne escreveu Ensaios, obra que ainda não perdeu a oportunidade de sua mensagem, e que ainda persistem o sabor e a originalidade de seu estilo, como diz Sérgio Milliet, que a traduziu e prefaciou para a sua publicação pela Editora Globo, em 1961. A brilhante apresentação da obra, que é composta de três volumes, é feita pelo francês Pierre Moreau.


Da obra Ensaios, de Michel de Montaigne, Livro I, Capítulo XII, com o título Da perseverança, págs. 129-131, transcrevo o trecho que segue:


A lei da resolução e da perseverança – diz Montaigne – não implica em que não devamos nos precaver na medida de nossas forças, contra os males e inconvenientes que nos podem ameaçar, nem deixar de recear que nos surpreendam. Muito pelo contrário, todo o meio honesto de evitar um mal é não somente lícito mas também louvável. A perseverança consiste em suportar com resignação os incomodos para os quais não temos remédio. Por isso não há movimento de agilidade corporal ou manejo de armas que devamos achar ruim desde que sirvam para defender-nos dos golpes que nos assestam.


(...) Os estóicos – prossegue Montaigne - não afirmam que a alma do sábio possa resistir desde logo às sensações e visões que o surpreendam. Admitem como natural impressionar-se, por exemplo, com o estrondo provindo do céu ou de uma ruína; admitem que podem empalidecer, contrair-se como sob a influencia de uma paixão qualquer, mas que ele deve conservar intata sua lucidez, sem que se lhe altere a razão, de maneira a não ceder ante o terror e o sofrimento. Quem não é sábio conduz-se do mesmo modo quanto à primeira parte, mas muito diversamente quanto à segunda: a impressão da emoção não será nele apenas superficial; penetrará até a sede da razão, infetando-a e a corrompendo. E será com essa faculdade assim viciada que julgará e se conduzira.




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