sexta-feira, 6 de maio de 2011

Arte

Monumento à mulher amada

Construído por Carlos Slim, o homem mais rico do planeta, o novo Museo Soumaya abriga uma das maiores e mais valiosas coleções de arte e é parada obrigatória para quem visita o México

Por Suzana Borin


Clique e ouça um resumo da reportagem

Embalado por 16 mil hexágonos, o Museo Soumaya, uma construção futurista de seis andares que emerge do número 303 no boulevard Miguel de Cervantes Saavedra, dificilmente deixará de chamar a atenção de quem passar pela Cidade do México. Inaugurado no início de março com a presença do presidente mexicano, Felipe Calderón, o museu  promete ser um dos points culturais dos Jogos Panamericanos, que serão realizados de 14 a 30 de outubro deste ano, em Guadalajara. Estima-se que o custo total da construção do Plaza Carso, empreendimento que abriga o museu e também prédios de apartamentos, um hotel cinco estrelas e centros comerciais, tenha sido de mais de US$ 808,5 milhões.
Trata-se de uma preciosidade, uma dessas joias raras que somente uns poucos privilegiados no mundo poderiam erguer por conta própria. No caso em questão, o mecenas atende pelo nome de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, dono de uma fortuna avaliada em US$ 74 bilhões. Assinado pelo arquiteto Fernando Romero, genro de Slim, foi erguido em homenagem à Soumaya Domit de Slim, mulher do megaempresário, morta em 1999.  Ao longo de seus 7,5 mil m2 de área, o  museu, mantido pela Fundación Carlos Slim,  abriga 66 mil peças dos mais importantes nomes da arte universal, em sua quase totalidade pertencentes ao acervo pessoal do bilionário das telecomunicações. 
 
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Arquitetura recheada de arte:a moderna construção ergue-se ao céu com 66 mil obras em seu interior.
Uma homenagem à senhora Slim, grande incentivadora das artes plásticas
 
Mais do que à mulher e mãe dos seus filhos, a homenagem é um reconhecimento ao papel de Soumaya como incentivadora de todas as manifestações artísticas. Foi graças a ela que o bilionário começou a colecionar obras de arte, há cerca de 40 anos. “Eu o construí também com o intuito de ajudar a promover o desenvolvimento humano dos mexicanos”, disse o empresário de 71 anos, durante a inauguração do museu. “Não basta investir em informação e educação. É preciso também aumentar o  interesse dos mexicanos pelas artes.” 
 
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Além das obrigatórias pinturas e murais de grande artistas mexicanos pós-revolucionários, como Diego Rivera (1886-1957) e Rufino Tamayo (1899-1991), o acervo da instituição conta com obras de renomados e cultuados artistas europeus de todas as épocas, como Tintoretto (1518-1594), Van Gogh (1853-1890) e Picasso (1881-1973). O núcleo favorito da esposa do engenheiro bilionário era a coleção composta pelas esculturas do francês Auguste Rodin (1840-1917). Aliás, a coleção de obras de Rodin, pertencente a  Slim, é considerada a maior fora da França. Mas o título de peça mais valiosa do acervo do museu  vai para o óleo sobre tela Madonna dei Fusi, de 1501, de autoria de Leonardo da Vinci (1452-1519), cujo valor estimado gira em torno de US$ 150 milhões.
 
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O Soumaya também conta com uma coleção de arte pré-colombiana do México e da América Central, além de salas dedicadas a exposições de moda, fotografia, cerâmica e numismática, entre outras categorias. Parte dessa coleção estava abrigada em um outro museu menor, cujo nome também foi dado em homenagem à mulher de Slim,  localizado na Plaza Loreto, na zona sul da Cidade do México, que ainda permanece aberto à visitação.
 

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