quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Quadrinhos

Destaques de 2010 da SUPER: Os 10 melhores quadrinhos do ano

Redação Super 16 de dezembro de 2010
por Gabriel Gianordoli e Emiliano Urbim
Designer da SUPERINTERESSANTE e editor da SUPERINTERESSANTE
O melhor dos gringos continuou chegando, mas a boa surpresa de 2010 foi a qualidade da produção brasileira. O que antes ficava restrito a ações entre amigos agora é publicado por grandes editoras, sendo conhecido e avaliado por mais gente. Confira o melhor que chegou nas bancas, nas livrarias e até no iPad.
10 – MELHOR MAIS DO MESMO : NOTAS SOBRE GAZA, de Joe Sacco (Quadrinhos na Cia.)
A cada nova reportagem em quadrinhos (desta vez, uma pesquisa sobre um incidente de 1956 na faixa de Gaza), Joe Sacco reafirma seu talento para fazer algo que, coincidência ou não, é a missão da SUPER: enxergar de um jeito diferente aquilo que todo mundo está olhando.
9 – MELHOR ANTOLOGIA DEFINITIVA: AS COBRAS, de Luis Fernando Veríssimo (Objetiva)
“O universo faz eu me sentir pequeno.” “Sei como é. Tive uma namorada assim.” Rebater angústia existencial com alívio cômico é a especialidade das Cobras. Nessa coletânea de 30 anos da tirinha, fica claro que Verissimo nunca perdeu o jeito – e até aprendeu a desenhar.
8 – MELHOR POESIA VISUAL: ÉDEN, de Kioskerman (Zarabatana Books)
Tirinhas da Mafalda e Liniers à parte, os quadrinhos argentinos nunca foram muito populares no Brasil. Kioskerman é parte da nova geração que chega para quebrar essa sina. Com seu traço elegantemente ingênuo, o maior feito do livro é fazer poesia sem soar piegas.
7 – MELHOR CINEMA MUDO: TAXI, de Gustavo Duarte (Independente)
Sem usar palavra nenhuma, Gustavo mostra um passeio noturno surreal por uma São Paulo alagada, onde tudo pode acontecer. Sem as limitações das charges de jornal que o tornaram conhecido, o desenhista mostra todo o seu domínio da linguagem dos quadrinhos.
6 – MELHOR DIVERSÃO: SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO, de Brian Lee O’Malley (Quadrinhos na Cia.)
A overdose pop tinha tudo para desandar: mangá, videogame, rock e pós-adolescentes com conflitos amorosos. Mas, apesar das referências, acaba sendo a história bem realista de um jovem meio esquisito e desleixado, mais pra Bart Simpson que pra Michael Cera.
5 – MELHOR REESTREIA DIGITAL: SÁBADO DOS MEUS AMORES, de Marcello Quintanilha (Conrad)
Lançado em papel ano passado, é o primeiro álbum brasileiro no iPad. E bota brasileiro nisso: futebol, jangada, cirquinho do interior e até bolão de loteria aparecem nesses contos (graphic stories?) que parecem curtas. Cante seu subúrbio e cantarás o mundo, diz o ditado.
4 – MELHOR PROVA DE QUEM NÃO PRECISA PROVAR NADA: MUCHACHA, de Laerte (Quadrinhos na Cia.)
Um homem veste-se de mulher e conhece o maior sucesso de sua carreira. Não, não estamos falando do Laerte – que nem precisava de crossdressing para ser elogiado por essa obra de narrativa complexa e cheia de camadas, mas ao mesmo tempo fluida e divertida.
3 – MELHOR PROMESSA CUMPRIDA: CACHALOTE, de Daniel Galera (texto) e Rafael Coutinho (arte) (Quadrinhos na Cia.)
O álbum mais esperado e pré-divulgado do ano justificou o hype. O desenho de Coutinho é excelente e, se um escritor corria o risco de transformar a HQ em livro ilustrado, Galera consegue o contrário: boa parte da narrativa se concentra em ação e elementos visuais.
2 – MELHOR AUTOBIOGRAFIA: MEMÓRIA DE ELEFANTE, de Caeto (Quadrinhos na Cia.)
Lá fora um gênero saturado, aqui no Brasil quadrinhos autobiográficos são raros. Mais rara ainda é a franqueza do autor com sua própria história, incluindo aí amigos reais. Apesar da inevitável carga emocional do tema, a história de Caeto é pontuada de reflexões hilárias.
1 – MELHOR PERDA DE AMIGOS SEM PERDER A PIADA: MUNDINHO ANIMAL, de Arnaldo Branco (Leya Cult)
Blogueiros pedantes, críticos frustrados, cineastas fracassados e assemelhados compõem a fauna de Arnaldo Branco. As cenas toscamente desenhadas são tão diretas e realistas em retratar o nosso tempo que o que impressiona mesmo é ninguém ter pensado nisso antes.
Compartilhe

Nenhum comentário:

Postar um comentário